quinta-feira, 13 de outubro de 2011

 Historias do Hermenegildo III.

                     
             O mergulhanzinho

                   -Certa feita apareceu um mergulhansinho por estas bandas, gente boa de campanha, veio para cá depois de vender uma pequena chacrinha que possuía, acreditando que aqui teria uma vida melhor e mais tranqüila, por que no campo era dureza o trabalho e o sustento não era fácil:- Pois o mesmo tinha um lote de filhos.
                   Chegou aqui com um dinheirinho da venda da chácara e de umas ovelinhas.
Veio de carroça puxada por um cavalinho velho, negro como a noite, comprou uma casinha e aqui fincou o facão.
                   O bixo era mais grosso que dedo destroncado, apesar de não morar muito longe do mar não conhecia o mesmo, acostumado com arroios, chegou meio desconfiado, devagarzinho foi quando viu Atlântico bufando não se agüentou e exclamou.
                    - Ala maula que lagoão Chê !!!!
                    -Pois bem,certa feita depois de já estabelecido, o vivente pegou seu cavalinho magro, que também servia para montaria, matungo, meio cieta e um pouco fraco desabituado com a comida daqui.- Encilhou o mesmo no capricho para dar uma reconhecida na praia,- lá pelos lados do Albardão. Foi quando, Vinha orgulhoso e faceiro com seu companheiro ao trote pela costa do mar, avistou um pontinho escuro no horizonte que se aproximava, meio desconfiado parou para ver:- Era um Teco- Teco, aquele aviãozinho usado para por veneno nas lavouras.
                    - O piloto vendo aquele cavalheiro na praia não se conteve, deu um rasante em cima do mesmo, que assustado arregalou os olhos, abaixou a cabeça, cravou os garrão nas costelas do matunguinho velho e fugiu numa carreira desesperada para acima dos combros de areia, na tentativa de fugir daquela besta voadora que vinha para cima dele.
                    -Vendo aquele desespero do mergulhansinho, o sacana do piloto não teve duvida.- Voltou para dar outro rasante: Mais a esta altura o matungo fraco não agüentou a corrida nas areias e se arriou no chão exaurido de cansaço.-O taura apesar de um pouco de dó de ver sua montaria ali agonizando, não hesitou largou seu fiel companheiro caído na boca da Besta voadora e saiu correndo combros afora, gritando por socorro. - O bixo era grosso mesmo !!!!!
                      Dizem que até hoje quando escuta o barulho de algum avião o mesmo ainda sente um arrepio na espinha , um tremor nas pernas, e uma frouxura na barriga. Há. Há. Há. Há. !!


                                                                                       Ass. O Surdo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário